terça-feira, 27 de janeiro de 2009

NA CRISE, EUA LEVAM VANTAGEM



São assustadoras as notícias diárias sobre as demissões que ocorrem nas grandes empresas ao redor do mundo.


Vinte mil trabalhadores em uma, dez mil em outra e, assim, a crise vai mostrando sua face mais grave.


Afora o fato de possuírem a economia mais dinâmica do mundo e serem a única grande potência na atualidade, existe um aspecto, relevante, no qual os americanos levam vantagem em relação a outros países, principalmente na recuperação da crise.


O custo da demissão naquele país é zero, ou seja, as empresas que demitem em seu território não pagam nada por isso. Com mais dinheiro em caixa ou não se endividando ainda mais - porque não precisam pagar indenizações trabalhistas -, se recuperam e se reestruturam com maior rapidez e, posteriormente, as contratações vem de forma mais veloz.


No Brasil, como não poderia deixar de ser, ocorre exatamente o contrário. Esse custo pode chegar a oito vezes o último salário do trabalhador, dependendo de quanto tempo ficou na empresa. Assim, as companhias podem retardar um pouco as demissões por aqui, mas uma vez feito, demoram a contratar de novo.


Vai vendo!!


Pra piorar ainda mais a situação econômica de empresários e trabalhadores, o governo voltou a cobrar, bem na fase aguda da crise, a contribuição sobre o aviso prévio, aquele pago quando da demissão do empregado.


Incrível. Enquanto todos os países estão desonerando o setor produtivo para reativar as suas economias, aqui, como sempre, seguimos na contramão.


Mais uma pra gente engolir.


Capiche??

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

DEPRIMENTE

Esse foi o termo usado pelos patrocinadores para cancelar a participação deles no “bolo do bixiga”, aquele mesmo, do tamanho, em metros, da idade da cidade de São Paulo e que é atacado no aniversário da metrópole.

A tradução mais perfeita da incivilidade, da pressa, da ansiedade e da falta de educação do brasileiro. Até baldes eram usados pra tentar pegar um pedaço maior do bolo do que o fulano do lado. Uma verdadeira tragédia humana e vergonhosa, digno de ficarmos ruborizados quando insistem em passar a matéria nas TV´s.

Demorou pra que isso acontecesse.

Esse comportamento exteriorizado de forma tão animalesca nessa festa, acontece todos os dias, nas filas dos bancos, nos supermercados e no trânsito. Nem os números absurdos de acidentes e mortes nas ruas e estradas do Brasil fazem a população mudar o comportamento ao volante.

Preferem correr o risco de causar um acidente ou sequer chegar ao destino, para quem sabe, estar lá um minuto antes que o carro da frente. Pra isso, cruzam o sinal vermelho, fecham os carros, andam no acostamento nas estradas, não mantêm distância segura do veículo a sua frente e por aí vai.

Traduzindo. No Brasil, a cada 100 mil carros ocorrem 4 acidentes. Na Inglaterra e nos EUA esse índice é de 0,2, ou seja, aqui ocorrem 20 vezes mais acidentes do que nesses países.

Vexame total.

Andei pensando e conclui que isso é burrice, ou falta de inteligência das pessoas (pra ser mais polido). Do que adianta avançarmos o sinal vermelho se quase sempre o próximo está fechado? Ou correr acima do limite de velocidade? Quanto se ganha em tempo com isso? Um minuto? Dois, quem sabe? O motivo não é esse. No Brasil temos a cultura de sempre querer estar na frente dos outros, porque sempre achamos que os outros querem passar na nossa frente!! Complicado, hein. Vai entender!!!

Recentemente um avião despencou no Rio Hudson em Nova York e os passageiros saíram “organizadamente e em silêncio”, relatou um deles pra um jornal.

Como seria se tivesse acontecido por aqui? Poderiam ter se safado da queda, mas com certeza vários teriam morrido pisoteados...por eles mesmos...os brasileiros!!!

Depois meus amigos me censuram quando qualifico alguém (que vejo cometendo essas imbecilidades) de “brasileirão”.

To bravo. Vamos ser menos brasileiros.

domingo, 4 de janeiro de 2009

TUDO É EXTRAVAGANTE E VULGAR NA INTERNACIONAL JURERÊ

Nada de crise no pedaço de terra de alguns quilômetros cercado por mansões de gosto duvidoso ao norte da ilha de Santa Catarina. Não, não se trata de “Florianópolis”. Estive pelo terceiro ano em Jurerê Internacional e tudo continua como antes, com todos os excessos e exageros.


Parece que o lugar foi escolhido e moldado a dedo. Enquanto as águas do mar em algumas praias a poucos quilômetros dali são geladas, em Jurerê são calmas e mornas. A impressão que se tem em determinados dias é que nem a chuva é capaz de chegar até lá. Passa ao largo.


Assim, tudo é uma festa. Na praia ocorrem, nos dias de verão e nos três restaurantes “pé na areia”, as sunset parties ao som dos melhores dj’s. São espaços cercados por diversos sofás e lounges onde a extravagância dá o tom.


Me lembro de uma família que ocupava um desses camarotes, ao custo de seis mil reais por dia. Só tomavam Veuvet Cliquot, quando então, pediram diversas garrafas de Chandon. Era apenas para a chuva de champagne que ocorre lá pelas tantas, quando o sol começa a se pôr.


Num dos espaços ao ar livre voltados pra festas de arromba que começam a tarde e se estendem até a madrugada, vê-se um painel gigante formado por espelhos bem no caminho para os banheiros vindo das piscinas. Narciso não seria tão narcisista.


Ao final de uma dessas festividades regadas a muito álcool, via-se dois bombadões na pista de dança fazendo braço de ferro, na certa apostando pra saberem quem era o mais forte. Nada mais vazio.


Uma turminha ao lado da piscina impediu a garçonete de tirar as diversas garrafas de champagne vazias que flutuavam num balde de gelo, e ela, com um sorrizinho no rosto, entendeu o motivo: “Pra aparecer mais, né?", sentenciou.


Claro. Não há limites quando se quer chamar atenção em Jurerê.


Placas espalhadas ao longo de toda a praia, agora avisam: “Luxo, é lixo no lixo”. Em inglês o texto é outro. Um “gringo” não entenderia tamanho ridículo.


Mas quem se importa com tudo isso. São alguns poucos dias sem realidade. É ótimo. Que venha, talvez, Jurerê 2010.