quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A ILUSÃO ESPANHOLA


De novo a crise. Pra variar...

Com as notícias, fica parecendo que a década de fortalecimento econômico vivida por praticamente todos os países decentes, era, simplesmente, ilusão.

Tudo está voltando a números de 10 ou 15 anos atrás. Agora o foco é a Espanha. Também teve a economia alavancada por conta de crédito fácil, e agora, pena com a piora da crise.

A situação é grave. Acreditam os economistas que os espanhóis perderão metade da sua riqueza nesse período de turbulência. Boa parte do que conseguiram nesses 20 anos pós ditadura e pró economia de mercado está indo pelos ares.

Com a economia dependente do setor de construção civil, e ninguém comprando mais absolutamente nada, por razões óbvias, tudo está parado. Como não é um país altamente industrializado, vai demorar mais pra se recuperar. Depende que isso aconteça primeiro com os outros países - principalmente aqueles que diretamente investem por lá - para depois ver os resultados positivos na sua economia.

Estranho que mesmo com tudo isso, a Espanha ainda continua enxotando estudantes, trabalhadores e seminaristas brasileiros quando chegam ao seu aeroporto, mesmo com reservas em hotéis, dinheiro e cartões de crédito. Vai entender.

A latinidade mostrando toda sua “falta de preparo”.

Que ninguém me ouça, mas uma notícia dessas, as vezes, tem um gostinho de vingança, né não??

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O ELDORADO PERDIDO



Tudo é superlativo quando se escuta algo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Hotel mais luxuoso do mundo, local com maior número de construções do planeta, aeroporto gigantesco, ilhas artificiais...

A coisa ia muito bem até a crise internacional bater por lá. Em questão de semanas, tudo mudou.

Relatos dão conta que Dubai está virando, literalmente, uma cidade fantasma. Os estrangeiros que perderam o emprego, fugindo das dívidas, abandonam seus carrões no aeroporto - com direito a bilhete de desculpas nos parabrisas - e voltam para os seus países para não serem presos. Lá, quem não paga suas contas em dia vai pra cadeia. Já são 3 mil automóveis empoeirando nos estacionamentos.

Os imóveis, valorizadíssimos, perderam mais de 40% do valor em dias. Uma estrangeira não sabe oque fazer com um que acabou de comprar por US$ 300 mil. Financiado, ela não tem mais como pagar as prestações, já que perdeu o emprego e teme ser presa, e claro, ninguém apareceu pra comprá-lo.

Pior de tudo é que esses “forasteiros” que se vão – são 90% da população de Dubai -, provavelmente jamais voltarão a por os pés por lá. São milhares e milhares de consumidores a menos na economia já deteriorada.

Sinal (ou final) dos tempos no eldorado do oriente...

Fonte: The New York Times

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

GUARUJÁ: FAMA E REALIDADE


Estranho como a fama sobre alguém ou alguma coisa, uma vez que instalada na cabeça das pessoas ou da opinião pública, é difícil fazer mudar.

O Guarujá é um lugar que eu adoro, mas com todos os problemas de uma cidade de porte médio do Brasil. Repleta de favelas, pobreza e miséria. Os ricos, quando fundaram a cidade, esqueceram que os “escravos” que trouxeram de outras partes do Brasil pra servi-los (não vou ser indelicado aqui de dizer quais), se multiplicariam, daí o grave problema da cidade. Cresceu desenfreadamente.

Mas todo mundo fala a mesma coisa de lá. Esquecem das praias que são lindas, do mar cristalino e das areias brancas, pra só lembrarem de um fato: violência!!

Quero dizer que as coisas mudaram, e muito, de anos pra cá. Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo semana passada, mostram que você, meu caro leitor, corre muito mais risco de ser assassinado nas badaladas Juquey, Maresias ou Camburi em São Sebastião do que no Guarujá. Acredite se quiser. Pra aquelas bandas, o índice de homicídios é de 11,84 ocorrências para cada cem mil habitantes, no Guarujá 7,89.

Caraguatatuba, a cidade mais violenta do Estado, o mesmo índice é de 15,10 ou o dobro da do Guarujá.

Até Bauru, minha cidade natal, tem mais homicídios (9,52 por cem mil). Assim como também Atibaia, uma cidadezinha sem graça a 60 quilômetros de São Paulo, que tem escandalosos 13,67 assassinatos para cada centena de milhar de habitantes. Preciso avisar uns amigos que moram lá pra ficarem alerta!!

A “pacata” Campos do Jordão tem a taxa de 10,04. Quem imaginaria...

Cuidado com seu carro quando você for a Jundiaí, Campinas ou São José dos Campos - onde mora meu irmão e sua família. Nessas localidades se roubam ou furtam 685,39, 709,33 e 444,77 respectivamente, carros por cem mil habitantes, enquanto que na Pérola do Atlântico “apenas” 76,49. Cuidado Alexandre!!!

E ainda por esses dias uma conhecida discutia comigo que agora, morando em Jundiaí, estava a salvo da violência. Que ingênua.

Ta vendo?

Nesse caso, quem leva a fama não deita na cama.

Vamos fazer as malas e aproveitar...as belezas e os prazeres do Guarujá!!!

Fonte: http://www.ssp.sp.gov.br/estatisticas/porlocal.aspx

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PGFN E O MAU EXEMPLO

PGFN. Sabe oque significa essa sigla? Te conto. Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Imagina pra que serve? Já já te falo...

Instalada num edifício em bairro nobre de SP, esse órgão público é a tradução mais perfeita da incompetência, incivilidade, atraso, descaso e da burocracia do serviço público do Brasil. Pode adicionar outros adjetivos, eu deixo!!!

O atendimento é feito por senhas de diversas cores (azul, amarela, verde, rosa, dependendo do assunto que você vai tratar com “eles”), e é fornecida por uma recepcionista que, enquanto fazia isso, falava aos berros ao telefone com um colega: - "Estava em Osasco, agora to de volta. Ow gente feia!!" Repetia, rindo, sem se preocupar se ali existia alguém daquela cidade.

Estranhamente ela não era nem de longe o exemplo de beleza. Feia, suja e barriguda, pra não ser muito grosseiro.

Passada essa fase, entra-se numa sala grande com várias “atendentes”, que sem a menor noção de educação, te atendem mascando chicletes e com ar de superioridade. Não raro, colocam os pés sobre a mesa de trabalho. Dá pena até, são terceirizadas...

“É um assunto urgente preciso falar com um “Procurador”” - pedia um contribuinte. "Não há nenhum de plantão, é preciso marcar hora", respondeu uma delas.

"Senha agora, só pra depois das 13:30" (ainda eram 10 e meia), disse uma outra, e emendou, “agora só pra advogados”!! Sorte que eu era um deles!!!

Na saída, ainda sobrou pro meu ouvido a pérola, daquela mesma do começo, feia, suja e barriguda: “As pessoas não entendem que aqui é órgão público. Nada é pra ontem. TUDO É PRA DEPOIS DE AMANHÃ.”

Ufa...30 minutos de terror!!!

Alguém tem uma ilha aí pra me emprestar???

Aliás, ainda quer saber pra que serve a PGFN???